A falta que a sua educação me faz ♪  

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     Antes de pôr a minha ideia, gostaria de dizer que esse texto não é relacionado a nenhuma empresa ou governo, política ou qualquer coisa assim. Somente mostro o quão falso o ser humano pode ser em relação às próprias palavras.
     Certo dia, eu voltava do trabalho de coletivo, e reparei que havia muitos sit pass jogados pelo chão e outras nojeiras. Eu fiquei pensando se realmente valia a pena, depois de um dia cansativo de trampo, voltar num ônibus parecendo mais o lixão, me deixando mais pra baixo ainda. Então, ao invés de me entristecer, eu resolvi  mostrar a uma parte da população como se deve utilizar um coletivo. A quem isso não se direcionar, não perca seu tempo lendo.

1. Seja educado. Cada um tem a sua vez.
     Eu sei que tem muita gente que justificaria esse item, mas não tem nada demais você ser educado e esperar a sua vez de entrar no ônibus. Às vezes o coletivo não é tão novo, ou já sofreu com outros passageiros, e a porta demora um pouco pra abrir. Não empurre, se esse for o motivo! Se o coleguinha estiver atrasando você, não bata nele, não o derrube. Toque no seu ombro e diga: eu vou subir. Pronto. O motorista não é cego. Ele está vendo você. E vai avisar se tiver que fechar a porta. Por isso mesmo que ele é motorista, ele enxerga e pode dirigir numa boa.

Entrada: A Porta dos Desesperados

2. Seja educado. Passe o seu passe tranquilo e respeite a lotação.
     Por mais que seja uma parte boba, já vi muita gente enganchar na catraca por causa do passe. Se for uma pessoa cheia de sacolas, bolsas e etcéteras, aí piora, porque ela se afoba e não sei por quê, abre os braços, bate em todo mundo, a sacola cai, a bolsa cai, a pessoa grita, enfim. Calma na hora de passar o passe. Não deu certo uma vez, veja uma segunda e uma terceira. Tente a quarta. Não deu? Desobstrua a passagem e fique por lá até chegar um vendedor de passes ou no terminal (tem pessoas que podem vender o passe dentro do ônibus também). E por favor, se você perceber que o ônibus está como um pacote de biscoitos (tão cheio que, se abrir, o conteúdo cai), fique na catraca. Não tente passar. Se outra pessoa quiser passar e arriscar a vida, dê preferência. 

O leitor eletrônico

A catraca


3. Seja educado. JOGUE LIXO NO LIXO.
Acho que essa parte precisa de enfoque. Mas antes, um teste: 
  • O que é um lixo?
  • O que é uma lixeira?
  • O que é chão?

Tente responder a estas perguntas. Você acertou se:
  • Lixo: Qualquer matéria ou coisa que repugna por estar suja ou que se deita fora por não ter utilidade.  
  • Lixeira: Lugar onde se deposita o lixo/ Local muito sujo ou com muito lixo.
  • Chão: Superfície onde se pode pôr o pé e andar/ Solo, terreno.

"Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu" - Pitty


     Se vocês repararem bem, o chão é um local para pôr o pé e andar. Não escorregar. E sabe em que eu escorrego todo santo dia que eu entro em um coletivo? Em sit pass utilizados e jogados no chão, porque não tem mais utilidade (lixo). E o mais engraçado é que a palavra "lixeira" não parece constar no dicionário de muitas pessoas. Porque a porcaria da lixeira tá lá, suspensa, à vista de todo mundo e parece que muita gente não vê! Será que é preciso colocar um policial perto da catraca pra controlar quem põe e quem não põe as matérias inutilizáveis no lugar certo? E pior! Muito pior. Além dos sit pass, ainda tem sacola plástica, chiclete, papel de chiclete. Quem educou vocês? Seus pais ou o Capitão Feio? E para provar que eu não minto, fiz um vídeo no dia que voltava pra casa:



A prova

     É uma vergonha, uma vergonha mesmo. Reclamam do governo que não tá bom, da empresa de ônibus, da filha que engravidou, mas não pensa um segundo que isso pode ser resultado de um ciclo vicioso onde você participa e muito! Se você não é educado(a) o suficiente pra jogar lixo no lixo, uma regra básica que aprendemos na escola, imagina ter um filho. Imagina pra educar um filho! Depois o filho vira marginal e não sabe como nem por quê aconteceu isso!
     Se você tem consciência de que foi educado e de que irá educar bem, não tem com o que se preocupar. Deslizes na vida acontecem. Mas essa pouca vergonha? EU vim de um lugar onde só tinha metade da lixeira no ônibus e não tinha essa sujeira toda. O próprio governo disponibiliza latas de lixo pelas ruas, e parece que elas são fantasmas, ninguém usa. Só usa o chão. Porra, se é assim, joga lixo no chão e vai dormir nas latas de lixo, cacete, garanto que tão bem mais limpas que o chão da sua casa, com certeza!


Capitão Feio

4. Seja educado. Saia do ônibus com classe.
     Não vou nem mexer muito nesse assunto, porque acho que só pelo tópico anterior deu pra perceber com que pessoas lidamos todos os dias. O fato é que você pode acidentar o seu coleguinha, se descer correndo ou se não tiver boca pra perguntar à pessoa da frente se ela vai descer na próxima parada. É que é muito complicado sair essas palavras da boca, né? Muito, muito mesmo. Respeite se quiser respeito. 


Saída: Porta dos Desesperados II


     Interessante é uma história que ouvi certa vez, de que a população dessa cidade reclamou daqueles "cabrestos" colocados nos pontos de parada dos ônibus, em terminais, pra manter o curso da fila, sabe? Disseram que o governo/a empresa estava tratando eles como bois e vacas. Sinceramente? Pego ônibus todos os dias. Nos piores horários. E realmente: eu não vejo a diferença entre eles e os animais.
     Fato e conclusão: antes de você aprender o que é bom e o que é certo, seu pai e sua mãe controlam você. O governo e as empresas fazem a mesma coisa. Enquanto você reclamar e só reclamar, e nunca entender como o sistema da vida funciona, vai continuar assim. A diferença é que vocês não terão mais 18 anos para sair da casa dos seus pais e viver a própria vida. 

Um ano, dois meses, oito dias - José L. Moura.  

Posted by: Unknown


     

     Hoje a cidade de Goiânia amanheceu lúgubre, o céu vestindo um negro suave, para me lembrar do que aconteceu há um ano, dois meses, oito dias, me atingindo com um susto inicial, passando de assombro para dor, raiva, frustração, apatia, tristeza, solidão e por fim, aceitação. A morte do meu sogro foi instantânea, não esperava por isso - quer dizer, quem espera? Um fato hoje me lembrou disso mais fervorosamente do que todos os dias. Nunca gostei tanto de alguém tão rápido como gostei dele. Ele tinha servido ao Exército, foi um ótimo soldado, um ótimo pai, um ótimo sogro e um homem com incrível senso de graça, mesmo sem querer. É um herói para o meu esposo, para a minha vida. 
     Lembro-me do dia em que o conheci, gentil e hospitaleiro. Compreendeu tão bem o seu filho, aceitava as suas decisões sem tomar partido. Logo após muito insistir, pudemos nos mudar para sua casa. Fico pensando que se nunca tivesse aceitado o meu primeiro emprego, nunca precisaria de treinamento, nunca precisaria ir tão longe, tão "pra Goiânia" - talvez ninguém tivesse se atrevido a invadir uma casa com mais pessoas, então. Mas se fosse uma questão de vingança, ninguém os pararia. E não adiantaria, de todo jeito - por mais triste que seja, sei que aconteceu porque tinha de acontecer.
    Sei que ele era um homem que já tinha tido seus pensamentos sobre o outro mundo, porque havia conversado isso com ele. Será que seria assim? Quanto mais a pessoa se dá conta da própria espiritualidade e da dualidade das coisas, mais próxima ela ficaria da Morte? Ou é porque os bons sempre vão primeiro? Mas blá, isso não quero pensar. Gosto de pensar nele, naquele jeito meio sem jeito, ou em como seus olhos brilhavam ao contar seus planos. E me digam, de que adianta planos a longo prazo, se nem os de curto prazo são garantidos? Gostava do seu jeito impaciente, que era tão apaziguador. Gostava de saber que podia contar com ele, porque ele sempre estava ali - me acompanhou quando precisei, me ajudou quando precisei. É como se tivesse perdido um pai ganho recentemente, um amigo que foi embora tão depressa quanto chegou na minha vida.
     Você não me disse adeus, só disse pra me cuidar. O que quis dizer? Que você virá um dia me buscar? Nossa conversa perdeu o sentido que tinha naquele dia, porque quando penso nisso, não sei se acredito no Outro Mundo. Mas se eu não acreditar, que garantias eu tenho de que vou poder vê-lo novamente? Por que isso me dói tão fascinadamente?
     Você não precisa de mais ninguém a chorar por você. Mas não deixo de me comover, não de tristeza - mas de felicidade porque enfim eu posso falar o quanto amei você. 

Muito obrigada por tudo, meu querido sogro, meu tão bom amigo.