Tem esse sentimento, de amar e odiar ao mesmo tempo, a ponto do egoísmo subir para a fase paranoica, mesmo quando não se tem razão suficiente para isso. Inicialmente, você quer matar. Durante, você tem dúvidas: matar ou deixar viver? No fim, você percebe que ele te enganou completamente, quem ele estava matando era você. E agora, parecendo que você carrega uma pedra no peito, você tenta se agarrar à máquina que te faz pensar que ainda está viva, ainda - filmes docinhos e vídeos de amor, e você lembra que teve isso tudo um dia, e agora parece só pó. E pó... Ele sempre voa, e vai embora. Tentando ainda obter alguma coisa sem saber exatamente o quê, a vida vai te levando. Só que você não sente mais a vida... Não sente mais o ar, não sente mais vontade; se seu dia puder ser dormir o tempo todo, ótimo - a melhor realidade é aquela em que você sonha, simplesmente, ou que nem sonha. Quero comprimidos, porque já tenho medo de sonhar e me deparar com voltas ao passado, lembranças tristes ou coisas que sei que jamais terei novamente. Também não quero mais acordar. Não seria justo se isso acontecesse, claro. Porque todo ser humano tem que sofrer, segundo todo mundo, certo. Mas estive pensando que seria um bom modo de dormir pra sempre, sozinha, no quarto, no escuro, assistindo uma linda história de amor enquanto me ponham pra dormir, junto com o meu amor assassino, minhas últimas lágrimas caindo por aquilo que eu considero a melhor canção de ninar para o meu coração...