Você me tinha, você me via. Estava ao seu lado o tempo que você precisasse, porque assim era o prometido, há não sei quantos mil anos atrás. Mas não ache, não espere, que seja de minha natureza parar. Sou uma constante variável, retórica?, entristecida pelo modo como o mundo vê uma pessoa do meu jeito - pura, idealista, sonhadora.
Basta!, isso eu não sou. A maior realidade de todas é a que eu vivo, é viver para amar, é viver para o amor. Minha vida nada tem de poético. Eu não acordo, não beijo, não como, não trabalho, não reclamo, não canso. Eu apenas amo. E todo é resto é apenas a melhor forma de sobreviver para fazer o que eu faço de melhor: amar.

Eu tenho medo de estar perdendo. Medo de estar perdendo todo o meu dom para o café, para as anotações, para fazer amigos, para escrever minhas cartas. Passo o tempo todo pensando em ti, em como posso estar em dois lugares ao mesmo tempo? Aqui e aí, em seus pensamentos. Porque sei que você pensa em mim, que me suga, que me reflete o pensamento, que se volta em minha direção, seja lá onde esteja.
Às vezes me vem a ideia louca de deixar tudo e correr para o seu lado, te abraçar e beijar, "estou aqui, meu bem".
Você foi o meu pedaço-mor, meu banho após o dia.
Hoje você é a minha vida, é o meu humor, é a razão do café e do sorriso, da carta de despedida, da lágrima presa, do grito sufocado.
Porque eu já nem sei mais o que escrever sobre tudo.