Opinião: a mão por trás do boneco.  

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     Eu tinha (ou tenho) esperança de que se alguém esbarrar nesse blog, que leia este como um toque dado por alguém que conhece tão pouco da vida, e que já teve inúmeras experiências de opiniões divergentes que acabaram em briga, e poucas em algum tipo de fatalidade.

     A bem da verdade é que eu estava no twitter, lendo alguns tweets e de repente vários começaram a aparecer na minha frente (coisa que não acontece raramente, visto que sou seguida por umas 14 pessoas e sigo umas 24). Pessoas, como eu, sentadas em frente à sua máquina virtual que por algum motivo viram uma frase ou um comentário digno de rebate. E isso é um direito de todos nós. Eu comentaria lá, mas o espaço é sempre tão pouco para quem quer dizer muito, não? Então resolvi postar aqui mesmo, porque eu penso que é difícil comentar sobre um assunto sem ter alguém que se meta no meio, por achar que a crítica lhe é direcionada ou pelo simples fato de gostar de contestar. Particularmente, eu não gosto de dar minha opinião sem ser chamada, ou quando não se trate de algo público ou não direcionado à minha pessoa. Quer dizer, quem gosta de ser incomodado em sua própria opinião?

     Mas acho que começamos a rasgar a verdadeira essência de "liberdade de expressão". Quantas pessoas nós conhecemos que não dão opinião sem atacar os outros? Porque, de maneira expressa, a sua opinião é sua e ninguém pode mudá-la, a não ser você mesmo. Questão: então por que é tão díficil expôr a sua visão à outra pessoa sem desencadear uma guerra mundial? Parece que, ao dar nossa opinião, de alguma maneira deixamos transparecer ao outro que queremos que mude a sua, que passe a aceitar e crer as mesmas coisas que nós. Isso se dá pela maturidade das pessoas que discutem em questão.

     Sim, porque o fato de você fazer uma faculdade, ou ser pós-doutor em outra, não lhe dá o direito de achar que sabe de tudo. Pode ter conhecimentos a mais, pela oportunidade de estar estudando. Mas ainda assim, essas pessoas que se dizem cheias de cultura, respeito e saber, às vezes não são educadas o suficiente para reconhecer que a hora de parar de falar passou, e que todas as pessoas tem o direito de não concordar ou de não gostar.  Ao fazerem isso, arduamente estariam tentando defender, como puderem, as suas teses. Isso é o que as pessoas de opinião fazem, não importa se esta é errada ou certa, verdadeira ou falsa.

     O que falta, certamente, é a educação ser interpretada de maneira a não deixar dúvidas. Ser educado em casos de opinão, em hipótese alguma, é: desrespeitar crenças, difamá-las por existirem, colocando toda a culpa nelas e apenas nelas; falar de forma culta, porém expressando opiniões radicais; dar a entender-se que tem mais inteligência ou conhecimento em algum assunto do que o outro, dando por assim a compreender que o acha inferior a tais padrões de conhecimento (porque não são todos que tem a oportunidade de ter acesso à fonte de informações seguras ou completas); subjulgar a opinião do outro simplesmente por diferenças biológicas ou por sua opção sexual; em suma, você julgar a opinião pela pessoa que ela é ou representa em si, e não por seus argumentos.

     Decerto muitas pessoas ironizariam este "pseudoartigo", falando que eu não saberia como se sentem sendo apedrejadas pelas opiniões forçosas ou pelas palavras radicais de muitos. Mas pare e pense um pouco, se as opiniões de lados opostos sempre forem radicais umas com as outras, jamais chegarão a um consenso, termo ou acordo. Porque ser humano nenhum gosta de ver suas opiniões forçadas para baixo. Sem falar que, ao mesmo tempo em que isso acontece, ambos os lados começam a perder razão, a perder voz. Se me perguntarem o porquê do mundo estar em conflito, eu lhes digo: não há respeito pelas diferenças. E quando as pessoas alfinetam outras, estas se defendem da mesma maneira. E é como bem diz a frase, "olho por olho, e o mundo acabará cego".

     Isso é entre qualquer caso, e mais agora, que o Brasil passa por uma profusa fase de teste aos habitantes,  os quais podem aceitar legalmente os homossexuais em mesmo território que os heterossexuais, assim como aceitam a Igreja Católica e a Igreja Evangélica em um mesmo país. O complicado, ainda como eu disse, é a forma com que ambos os lados defendem suas ideias. Já não seria hora, não só do Brasil, mas do mundo inteiro, de começar a aceitar que o tempo passa, e ele muda tudo e a todos? E que não é preciso gritos e protestos, como se ainda vivessem no ano que nasceram, ou como se não fossem homo sapiens, para se chegar a um acordo onde todo e qualquer ser humano poderia ter direito aos seus próprios direitos? Talvez essa hora tenha passado. E talvez isso seja um teste maior de algum ser maior do que nós, para saber se estamos aptos a nos adaptar e aceitar as mudanças que estão por vir; se conseguiremos sobreviver ao futuro da nossa raça, que espelhando-se nos exemplos de hoje, tem um tom de vermelho como sangue. Mas quem sabe? Antes tarde do que nunca.

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