Um texto invisível.  

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      "Eu faço esse texto porque eu sei que você não olha o meu blog. E eu preciso expressar a minha fúria de algum modo que eu não venha a encarar seus olhos impacientes e sua mentira de que "isso já faz muito tempo, eu já esqueci". Porque com as poucas coisas que acontecem, raramente, eu vejo que a vilã fui eu, e que na verdade, você mente para que eu possa ficar em paz.

Só que essa já não é a paz que eu quero, há muito tempo.

      Quando eu achei que separar fosse a solução, ela se tornou o meu problema porque todos os dias da minha vida eu vi que era mentira; não se separa algo de que não se faz parte. Aprendi isso da maneira mais dura possível, porque somente eu me separo das minhas coisas. A distância não é nada, se o seu coração ainda está junto.

      Quando eu quis ser tão especial, eu comecei a ver as diferenças. Que eu era tratada de forma diferente, que a sua mentira era alimentada pelas minhas esperanças, estas quais eu já não tenho mais. Eu já não acho que você esqueceu tudo, ou que era tudo passageiro, mas sim que você queria voltar às mesmas coisas de antes, que tenta reviver tudo outra vez, que sempre corre atrás do seu passado. Eu tenho medo de dizer isso pra você, principalmente porque eu sou a causa de você correr tanto, mas quem corre atrás do passado atrasa a própria vida. Não vive direito. O que é uma ironia, já que fui eu que causei isso, não é?

      Você pode me achar diversas vezes fria e distante, mas é que eu ainda não me acostumei à essa ideia que eu acabei de perceber. Eu preciso de mais tempo até tudo entrar na minha vida, e eu aceitar que a solidão sempre foi uma marca minha. Que eu nunca terei ninguém que me ligue depois de anos porque sentiu minha falta; que eu nunca terei ninguém que reze por mim, ou sonhe que está em uma montanha-russa comigo; que eu nunca terei alguém a quem me ame surpreendentemente acima de tudo, inclusive do tempo; que eu nunca terei um amigo assim e que eu nunca serei uma amiga assim.

      Aceitar o destino da solidão interna é mais difícil do que se pensa. Porque sentir-se menosprezada, controladora e um aborrecimento é ruim como ser forçada a comer terra. Só que ser humano nenhum merece ser vítima de tais sentimentos, principalmente você. Pode ter certeza que se algum dia você olhar para este post, vai saber que seja lá o que você estiver sentindo, não é comparável às lágrimas e à dor que hoje eu desabafo. Era apenas para você entender como eu me sentia, mas nem isso eu consegui.

      Agora eu penso: E agora? Como eu vou me mover sozinha, sendo que mesmo que não esteja, é tudo o que mereço? A culpa sempre foi minha. Você mesmo disse, "um dia, quando você parar de sentir isso, vai perceber o quão esse sentimento foi idiota", ou algo assim. E é verdade, é idiota, como você disse. Só que eu ainda estou me adaptando a isso, entende? Eu queria muito que você sentisse o que eu sinto, mas é impossível, porque você não é igual a mim.

      Eu já nem sei mais o que falar. Só espero que me perdoe, talvez algum dia no futuro. Mas eu sei que sempre vai me considerar culpada por isso. Eu te amo."

Criado por: Morgana S.

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1 comentários

Uma leitora invisível.
( João diz: e um ouvinte invisível...)

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